Com casos como a compra do clube Bragantino pela marca Red Bull, começamos uma nova era no esporte nacional.
O mundo segue em constante mudança, seja ela algo bom ou ruim, isso é algo que cabe à nós avaliarmos. O mesmo se aplica ao mundo dos esportes. Apesar do Brasil ser uma referência global em diversas modalidades esportivas, nós estamos muitos passos atrás em relação a muitos outros lugares. Mas como tuda na vida, uma hora a mudança chega e temos que lidar com ela, para o esporte nacional a novidade são os clubes/empresas.
Como tudo no nosso país acaba em futebol e churrasco, o exemplo que usaremos é de um clube paulista que joga a série A do Brasileirão que recentemente foi comprado por uma empresa multinacional gigantesca. A multinacional de energéticos, Red Bull, chegou no Brasil em 2007 fundando uma equipe de futebol, o Red Bull Brasil. Em 10 anos e sem sequer ter vaga para disputar campeonatos nacionais, O Red Bull resolveu que “compraria a vaga”. Prometendo um investimento de 50 milhões de reais caso a equipe fosse promovida à série A do Campeonato Brasileiro, em 2019 foi selada a parceria entre a equipe de Bragança Paulista e a marca de energéticos.
Com o time devidamente classificado para o Brasileirão na primeira divisão, a fusão foi enfim feita e hoje o clube joga pelo nome de “Red Bull Bragantino”. Para a temporada de 2020, o clube foi o 2º que mais investiu em contratações, perdendo apenas para o campeão da Libertadores, Flamengo.
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A parceria foi criado em cima do projeto internacional de clubes/empresas da marca austríaca de energéticos. A Red Bull tem como objetivo ter um clube em cada uma das principais ligas de futebol pelo mundo todo, serve de exemplo o Red Bull Leipzig, da Alemanha, que chegou à semi-final da Champions League este ano. Para a equipe brasileira, o Red Bull, tem planos de no período entre 3 e 5 anos chegar a conquista da Copa Libertadores da América.
Pelo mundo a Red Bull, já tem 4 equipes de futebol, mas apesar de pioneira, não é a única empresa que se inseriu no formato. Outros projetos milionários que valem de exemplo pelo mundo do futebol. Nesse universo temos alguns exemplos como o Manchester City que foi comprado por uma família real de Abu Dhabi; A inter de Milão, comprada pelo Sunning Group, da China; A AEG, que tem o maioria dos direitos do LA Galaxy, nos Estados Unidos.
O que cabe agora à nós entender é se esse novo formato é de fato o melhor para se aplicar no futebol. De pontos positivos podemos listar o principal deles que é o aumento do investimento. Seja em contratações ou infraestrutura, todos os clubes/empresas tem em comum o aumento no investimento para o crescimento do time, independente do esporte o naipe. Além disso, com investimento vem também maiores resultados, servindo de exemplo o RB Bragantino com o acesso à série A. Outro ponto a se ressaltar é o aumento da popularidade da equipe, capitalização de produtos, direitos de transmissão e até a maior presença de torcedores nos estádios para acompanhar a equipe.
Do outro lado, temos poucos lados negativos, mas sempre são necessários serem levados em consideração. O principal dele é a perda de identidade do clube com sua torcida. Isso pode acontecer principalmente nos casos em que a marca quer influenciar no nome e no design do clube, como no caso do Bragantino. O risco de perder a simpatia da torcida e ser taxado como “vendidos” sempre será grande e vale colocar na balança até que ponto isso é algo ético de se fazer por dinheiro e resultados.
Por fim, fica claro que esse novo formato traz mais brilho pro esporte, principalmente nesse universo em que comumente os clubes brasileiros estão sempre endividados. Tudo que é novo traz o mesmo estranhamento e também é fato que é um formato muito novo para termos conclusões e certezas sobre sua efetividade. Porém, temos a sorte de ter um ótimo exemplo em nosso país, que é o caso do RB Bragantino, para acompanharmos de perto essas mudanças no esporte nacional.