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Qual será o futuro da comunicação visto a crescente repercussão de fake news

No mundo de hoje, infelizmente, todos nós já nos deparamos com fake news, seja consciente ou inconscientemente. As “notícias falsas”, em tradução livre, são aquelas em que, na comunicação e no jornalismo, o autor reescreve uma notícia, com alguns fatos reais e insere distorções da realidade. Os fatos reais trazem o ar de veracidade e confiabilidade, enquanto aquele 1% de informação falsa faz o trabalho sujo de fato.

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Em meio a uma crise global, o mundo vive não só a luta diária com a pandemia do novo coronavírus, mas tem que lutar também contra a desinformação. Podemos tomar como claro exemplo o despreparo dos governos pra lidar com a situação.  Nos Estados Unidos o presidente Donald Trump chegou a afirmar que o desinfetante poderia ser suficiente pra lutar contra o COVID-19.

Eu vejo que o desinfetante nocauteia (o coronavírus) em um minuto. Um minuto. Existe uma maneira de fazer algo assim com uma injeção interna, ou quase como uma limpeza?”

disse, Trump.
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. (Foto: AFP)

No final das contas, Trump não tinha embasamento teórico nenhum e não existem provas científicas de que isso poderia ser verdade. E mesmo com o alerta de especialistas, Nova York registrou um aumento incomum de entradas nos hospitais de intoxicação por ingestão de desinfetante.

As consequências

Se até os governos estão claramente despreparados para nos passar informações seguras, onde devemos buscar informação? Quase todas as pessoas, hoje, recorrem às redes sociais. Um dos principais meios de buscas é o Twitter, a rede social mais instantânea possível. Diferente dos já conhecidos “textões do Facebook”, por lá, as fake news são disseminadas através de imagens, vídeos curtos e, no máximo, 280 caracteres. Por ser um meio rápido de propagação e com um algoritmo que permite a alavancagem de visualização de um tópico, o twitter tem sido uma ferramenta crucial pra desinformação.

Outro caso que podemos ressaltar que parece estar fazendo uso das fake news para distorcer informação e gerar bem próprio, é o próprio filho de Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro. O deputado, filho 02 do presidente, foi relacionado em um investigação da Polícia Federal, que tramita no STF, sobre ele ser um dos líderes de um grupo que é responsável por montar fake news e disseminá-las para atingir e caluniar diretamente o alvo que a este grupo interessar.

Sobre a veracidade das acusações, a investigação ainda está em andamento, entretanto, já ficou claro o método de luta contra a investigação da PF por parte de Carlos Bolsonaro: espalhar mais desinformação.

“Esquema criminoso de… NOTÍCIAS FALSAS (emoji de risada). O nome em si já é uma piada completa! Corrupção, tráfico, lavagem, licitações? Não E notaram que nunca falam que notícias seriam essas? É muito mais fácil apontar manipulação feita pela grande mídia. Matéria lixo!”

postou Carlos Bolsonaro em seu twitter em resposta à uma notícia publicada na UOL reportando o caso investigado pela PF.
Deputado Carlos Bolsonaro. (Foto: AFP)

Curiosamente, no momento da publicação da investigação de Bolsonaro, no Twitter a hashtag “#FechadoComBolsonaro” entrou na lista dos “trendings topics” da rede social no Brasil, ou seja, era algo que estava sendo publicado por inúmeras pessoas. Mas o que parecia uma resposta do público em defesa a investigação do deputado pode ser só mais uma ação da sua fábrica descontrolada de desinformação.

O site “Bot Sentinel”, criado pelo norte-americano, Christopher Bouzy para monitorar publicações feitas por contas falsas, robôs ou bots reconheceu naquele dia que inúmeras contas de bots estavam realizando publicações e por isso estava em alta na rede social.

Foto: reprodução (Twitter)

Assim, em meio a descrença no jornalismo e nos meios de comunicação tradicionais, a informação chega distorcida à população. Seja no Brasil ou nos Estados Unidos, já podemos claramente enxergar que muitas pessoas já descredibilizam a mídia tradicional e cada vez mais, a fonte de informação segura vem de grupos de Whatsapp, do Twitter e do Facebook. O porquê disso é bem claro, com a facilitação do uso de rede social, as pessoas envolvidas com as notícias podem simplesmente publicar na sua própria conta que tudo que o veículo de informação é mentira, que é “fake news”, como vimos o que Carlos Bolsonaro fez com as notícias sobre a investigação da Polícia Federal.

Cada vez mais em meio a essa luta pra se provar confiável, as mídias tradicionais estão sofrendo e, claramente, perdendo a batalha.

 Alguns meios de combate a disseminação das fakes news, são justamente o que já falamos, a verificação dos fatos e a autenticidade do publicador. O site Bots Sentinels, aqui já citado é um deles. Outro claro exemplo é o “Fato ou fake”, portal que é hospedado e plataforma online da Globo que tem como função analisar notícias que estão em alta para informar ao público se é de fato verdadeira ou uma fake news.

 Por fim, vemos hoje muitos ataques às mídias tradicionais de informação e o maior motivo disso é que, pelo que parece, a desinformação vale muito mais pra algumas pessoas. A crescente de fake news nos últimos anos é a prova clara disso e o futuro não parece tão promissor. Cada vez é mais difícil de confiar e achar credibilidade em meios de se informar e isso só beneficia quem está por trás das publicações das notícias falsas. Enquanto isso, as consequências da desinformação já foram plantadas para serem colhidas em um futuro não tão distante.